como um gancho
em tudo enrosco
compartilhar.os dias.ideias.desejos.medos.delícias.alegrias.horrores.amor.......ninguém
to share.the days.ideas.desires.fears.delights.happiness.horrors.love...nobody.
tão lindo em sua
solitária beleza!!
esse ser indômito
que vive, infelizmente,
apenas na minha
distendida imaginação
so beautiful in his
in his solitary beauty
this wild being
who lives, unfortunatedely
only in my
expanded imagination
a normalidade me enfurece
então finjo para mim mesma loucuras
imaginando... encenando...
e acabei, de fato, louca
the normality makes me furious
then I fake to myself insanity stories
imagining... acting out...
and I ended up indeed getting crazy
Passado Perdido
Como Não Perder Também O Presente?
Lost Past
How To Avoid Losing The Present Too?
Lost Past
How To Avoid Losing The Present Too?
O sertão inteiro insinuava-se na sonoridade daquela expressão dita por ele “bode
gordo!”
The whole arid inland had appeared in his expression sonority 'fat goat!'
The whole arid inland had appeared in his expression sonority 'fat goat!'
seu coração para
o meu, acelera
seu coração silencia
o meu, berra
você em falência...
em suspense desabo
his heart stops
mine, runs
his heart falls silent
mine, screams
him, failing...
me, in suspense collapse
só se pode singularizar quando se deixa de simbolizar
one can singularize oneself only when stopping to symbolize
agora eu sei
que tudo existe um dia
apenas para acabar em seguida.
now I get
that everything exist some day
just to finish right after
now I get
that everything exist some day
just to finish right after
desapontada como um lápis sem ponta
disappointed like a broken pencil
como Edward Elger
com suas treze variações do tema original 'enigma'
que nunca é ouvido
quero fazer algumas variações de algo
que nunca vai ser feito
as Edward Elger
and his thirteen variations from the original theme 'enigma'
which will never be listened to
I wish to make some variations of something
that never will be done
as Edward Elger
and his thirteen variations from the original theme 'enigma'
which will never be listened to
I wish to make some variations of something
that never will be done
por aqui estar
num voluptuoso ensimesmamento
na quietude da montanha
aberta a todos os ventos
às pratas luas aos ouros sóis
às transparências das chuvas
à negritude das noites hibernais
às explosões estrelares erupções vulcânicas
às espumantes e inebriantes ondas marinhas
terracota clorofila aurora boreal
às insondáveis antiguidades
aos insuspeitáveis devenires
por aqui estar
misturada às esvoaçantes cortinas
aos amores às amizades às paixões
aos sons às palavras aos planos às linhas às cores
pôr-do-sol azul
ser cúmplice partilhar
por aqui estar
e as coisas permanecem lá
impassíveis
me fitam com um olhar vazio
insensível
mas... como tudo mudou!!!
suplício de Tântalo
quase
quase
as coisas se mexem
nunca são as mesmas
quando se pensa que vai agarrar algo
já escapou
dançar diante dos monstros
cantarolando
diante de um abismo de desespero
como São Francisco dançou diante do papa
é mais que uma simples passagem
é um rastro
um rasgo
é porque a tarde acabou em música.
"o que é estar preso num pesadelo?"
penumbra, a lua
pelos cantos, a gata e eu.
no esforço cotidiano de manter o frescor...
nuvens volumosas
desabaram plúmbeas
embargando os dias
palimpsesto
inscrever a dor
sobre a dor
na pele
em precipitação...
em erupção...
em desintegração...
para a vida ameaçada: recomendado esquecimento
desespero ronda...
do fundo de cada um
solidão
IlluAzullI
no vácuo da espera por algo que nunca vai se dar...
reticência
é como amar alguém que já morreu
reticência
porque a deixaram só, no meio de um corredor sem fim...
arribadas as velas!
mas onde estão os ventos?
a... c... o... r... d... a... n... d... o... AH!
desequilí o
bri
silêncio
silêncio silêncio
silêncio
gesto
gestos
existir
adormecida imagem permanece
permanente desejo desperto
fim do dia
perdidamente enfabulando...
a.n.d.a.m.e.n.t.o. : t.a.c.i.t.u.r.n.o.
"memória eu te odeio" g.d. "ode à l'oubli" l.b.
à toa
zigue-zague bêbado
andarilho
em fúria...
na reserva...
a dor que vem com a
noite
alquimia
dia em noite
alquimia
noite em dia
AI !
a noite caiu sobre os dias...
da nascente à foz
leito!
estende-se numa linha o deserto
ao longe uma figura se desvanecendo...
devaneio umbroso...
uma lágrima
a última
sabia que estava morrendo
e morreu.
deságuam
essas águas
no abismo
abrir a janela
deixar a claridade difusa tocar os olhos
deixar os ventos indomados tocarem a pele
escapando...
minutos em décadas
escapando...
ssssuuuubbbbssssttttiiiittttuuuuiiiirrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr...........
urgente!!!
grasnando
rosnando
FÚRIA!!
estilhaçamento: fim das ilusões.
há um fundo obscuro
de absoluta solidão...
na passagem
entreabriu-se uma fresta
correu a encerrar-se.
perde-se tão facilmente...
ah, reconstrução!
reconstruir o passado
construir um outro presente
agulhas... aguilhões...
ferroadas.
a beleza surge
não antes de matar algo
da boca só saem gritos de horror
da garganta gemidos de dor
nenhuma palavra
nenhum som articulado
somente gritos e gemidos
e a vida se dissolve
e a vida se dilata
e a vida se desfaz
e a vida se recompõe
e a vida se apaga
em desequilíbrio por não ser...
todas as manhãs
novas descobertas
o jardim floresce,
apesar do outono...
abismos
a cada noite abrem-se abismos
em breve tudo será apenas noite
em breve tudo será apenas abismos
o rugoso da noite
envolvendo os sonhos
estraçalhando um por um.
a ver vazios.
e tudo vai ficando
na névoa do passado...
do perigo de ser frágil...
assim o ontem o anteontem o hoje
permanecem emaranhados
num único sopro
folha da ameixeira suspenso está
em vigilante espera um casulo
uma linda e dourada luz solar
refletida na parede
no entanto, longe...
como sempre, inatingível...
a dor é aguda
ferros a transpassar o corpo
espasmos elétricos sobem
em tremores desordenados
da impossibilidade de chegar em algum lugar...
I N U N D A Ç Ã O ! ! !
parece ser sempre noite
parece estar sempre escuro
na alcova gélida desta alma
são longos esses fios
intermináveis e ondulantes esses fios
embaralhados e embaralhantes esses fios...
mar marasmo mar
ventos frios!
trazem vislumbres de muito longe?
ou levam de cá, algum mimo?
estende-se ao redor
interminável deserto
que atravessa desespero
num vento gélido
Angst
nenhum sol nas colinas...
andando... andando...
indo para lugar nenhum...
andando... andando...
paira uma certa urgência
passagens incógnitas
esconderijos subterrâneos
algo ameaçador se aproxima
é preciso se camuflar
o que tanto dói, esmaga, sufoca?!
o quê??!!
terrível fascinação!
roça o vácuo sombrio.
é como se tudo sempre estivesse retornando...
e ao mesmo tempo
é como se estivesse sempre prestes a perder tudo...
o pior, é que sempre se está prestes a perder tudo...
muitos pontos abrindo-se em crateras...
o peso da morte.
a música que vem dos pássaros!!
sempre a mesma demora em entender as coisas...
e quando algo muda
outras coisas podem acontecer
paranoia?!
mover-se em meio a um deserto de areia. Inóspito!
continuar para quê?
insistir por quê?
acreditar como?
desejar...
quadro craquelado
espaços vazios
faltam imagens
muitas imagens...
palavras cruéis
reverberam
palavras cruéis
dor pulsante
pegajoso rastro de passado
pairando sombrio
fantasma terrível e odiento
tudo está clamando
tudo está calando
tudo se recolhe
dói
CLAMA!
sobre mim uma onça me oprime
com suas garras e presas ameaçadoras
e seu olhar indiferente e indecifrável.
com suas garras e presas ameaçadoras
e seu olhar indiferente e indecifrável.
deixar de flutuar e voltar a ser algo definido,
com um nome e uma idade e um endereço
e um rosto e um corpo trêmulo.
abri os olhos.
abri os olhos e ainda estava escuro,
no escuro um silêncio prolongava em mim um vazio,
vazio como aquele que se sente ao não mais ouvir os sons de alguém,
alguém silenciado pela distância, talvez pela morte.
há dois tipos de doença
a do corpo, que provoca muita dor,
impossibilita a vida e mata
vc morreu disso...
mas, há um outro tipo de doença,
a da alma, que provoca muita dor,
impossibilita a vida e mata,
estou morrendo disso...