Seus gestos tão lentos e arrastados
quando
cheguei era um oco
Como cabe a alguém embriagado
Futuavam lânguidos no ar
Virando-se me deu um sorriso tão leve
Que parecia pairar sobre seu rosto melancólico
Seu olhar brincava tão triste com o meu
Partindo-me em miríade num vazio
E sua voz tão delicada e querida
Sussurrava-me “não chore meu bem,
A tristeza é tão linda!”
Deitou-se e me acomodou em seu mundo
Sua mão tão melódica e doce
Sem pressa, rearranjou-me os díspares pedaços
E nos insulamos num sonho tão vaporoso e encantado
você não
mais estava ali
não para mim
por outros e
diversos mundos transitava
longe longe
tão longe
espantosa distância
que me separava de você
te encontrei
tarde demais
você já não
podia mais ser meu
e eu era uma aberração
que ansiava
seu rosto sua voz suas mãos
perdia-me na
imagem inesgotável de seu pescoço
e eu que não
podia receber seu olhar
e eu que...
tive que me
calar
porque teu
silêncio comigo era impenetrável
porque minha
insignificância era aterradora
e sua
indiferença cáustica fez-me deserto
em incurável
dor
em
desaventurada diáspora
ainda me surpreende
tamanha afinidade de sensibilidade
Olhando sua imagem por muito tempo já então
E é como se você me olhasse também
Ia te desenhar de novo, mas me perdi no caminho
Como sempre, sendo pega por esses desvios que me escurecem o dia
Ouvindo você dizer que não precisa de nenhuma satisfação
E que tudo está bem
Mas eu sei que não está, nunca esteve...
Talvez por alguns poucos e breves momentos
Por mais que você repita que tudo está bem
Sei que é apenas uma maneira de dizer...
Mas, concordo quando você diz
Que aquilo não era sua vida
Embora parece que você não conseguia se livrar
Dessa necessidade devoradora, desse “só mais um pouquinho”
Eu também estou atada à essa necessidade
Vício-vício-vício, esse só mais um pouquinho
Vai se esticando prolongando-se indefinidamente
E lá vem o sufocamento e tudo para, paira
E a morte se mostra tão presente tão aqui agora e sempre
Deve ser um alívio não pensar mais,
não sentir mais só flutuar no nada sendo também um nada,
ou melhor, não sendo nada
Você, que já sabe isso, o que me diria?
Enquanto me virava para te olhar
Um mundo se abriu e me sorveu
extremada nesse redemoinho
escorrendo em corrente sanguínea
Em reviravoltas arrestada nas ondas
que vêm de sua imagem, sua voz
melodia absoluta! Beleza infinita!
restou o silêncio restou o vazio
sonambulando no dia arrastando na noite alucinando a voz que não posso ouvir engruvinhando em dor pelo rosto que não posso ver entranhando em estranheza escorregando no vão vagando pelo labirinto desesperando entre abismos escapando tudo varando frio no corpo
restou o vazio restou o silêncio
tenho apenas
a linha
do teu corpo
tenho apenas
a névoa
da tua pele
tenho apenas
a sombra
de tua imagem
tenho apenas
a vibração
de tua voz
tenho apenas
a sonoridade
de tua música
tenho apenas
o eco
de tua palavra
tenho apenas
o vislumbre
de teu encontro
tenho apenas
o oco
de tua passagem
tenho apenas
um corte
da canção de teu
je n'ai pas touchée ton coeur
vou viver minha única vida sem me encontrar um dia sequer com você?!? oh my!!!
pela linda voz
abduzida abduzida
pelo tímido olhar
copiei teus gestos
só para ter um pedaço de você em mim...
o que para você pode ser grotesco
para mim, é poesia.
parece que às vezes é necessário ser salvo de um certo alguém
parece que às vezes é necessário se agarrar a alguma coisa à deriva
e ser levado numa deriva para longe de um certo alguém
e não ser levado a sucumbir por causa de um certo alguém
sair do deserto do desespero
sair de um estado de surdez, de cegueira, de mudez
e poder ouvir, ver, falar outra coisa
para além de um certo alguém
oh, o mundo é tão vasto... tão incrível...
por que permaneço enroscada em você??
se você nem me diz um despretensioso oi?
se você nem faz parte da minha vida?
te esperaria até o fim.
i thought i would kiss your heart
it Is freak!!
because it is not a metaphor
it's a real kiss on a real heart
if i could, if you wanted
when you were sad i'd take you in my arms and warm you
if i could, if you wanted
when you were crying i'd just put your head in my lap to comfort you
if i could, if you wanted
when you were in troubles i'd change everything to solve them to you
if i could, if you wanted
when you felt joyful i'd make a big festival to celebrate it
but i can not because you do not want
i am just a "fool on the hill" screaming for a mad dreams created by my sick mind.
arrancar você de mim
é estraçalhar a pele
arrancar você de mim
é destroçar a carne
arrancar você de mim
é estripar as entranhas
arrancar você de mim
é ficar cega, muda e surda
arrancar você de mim
é perder a alma
arrancar você de mim
é arrancar eu toda
faz já um mês que você me disse aquelas cruéis palavras "eu encontrei alguém" e eu me pergunto, você sabia que ia me fazer chorar? sabia como estava sendo cruel?
eu te vejo agora, te imagino estudando teclado com ela, você, talvez mostrando a ela alguns sons, alguma coisa diferente que ela pode experimentar tocar... você a olha com doçura, muito amoroso, muito contente, ela te sorri, ela é bela, você não pode deixar de contemplá-la, apreciá-la, você está muito satisfeito por a ter a seu lado.
ah, que alívio!
james joyce também ficou fascinado pela imagem de uma pessoa que apenas viu passar, então começou a enviar-lhe cartas que, parece, apenas exasperavam a destinatária que não tinha nenhum interesse nele.
bom, pensando bem, em que isso alivia?
não, não alivia em nada a tristeza em se permanecer enredada,
vítima de meu equivocado e ávido olhar.
pensei ter encontrado uma sensação de vida
e encontrei
vivi um pouco dessa festa
mas vejo que não serei eu a fazer o brinde,
então me retiro
me retiro não sem um tremendo enjoo
sinto que inventei um céu
inventei um mundo e coloquei você nele,
mas este mundo
agora ameaça desabar sobre mim
me esmagando
mas já estou esmagada de qualquer forma
já estou deslisando para o abismo...
sem o possível que pensei ter encontrado
e que de fato é um possível
mas está numa outra vida que não posso alcançar
não posso tocar não posso viver...
então me retiro
como um câncer, ele me assassinou
estrangulou todo meu corpo
estraçalhou toda minha pele
ela apenas o viu
e todo um universo a circundou
e todo um doce frenesi a absorveu
em bamboleios de corpo de corpo de corpo
em rodopios de alma de alma de alma
o amante do porão
-Você está em mim, estou carregado de você. Essa vida em subterrâneo
fez de mim um homem noturno, estou sempre te esperando.
Eu vou te levar sempre em mim.
-Essa vida em dois planos me fez uma mulher esquiva,
estou sempre aqui em baixo, lá de cima ausente.
-Estou sempre te esperando...
-Estou sempre te querendo...
Ela estava lá, na penumbra, com a cabeça dele em seu colo,
com se segura um violão. Na verdade, ela estava tangendo-o.
E dele saía uma canção que falava de um dolorido caso de amor.
Permaneceriam assim, nessa semi-obscuridade para sempre, se pudessem.
Talvez pudessem.
te esperaria até o fim.
i thought i would kiss your heart
it Is freak!!
because it is not a metaphor
it's a real kiss on a real heart
if i could, if you wanted
when you were sad i'd take you in my arms and warm you
if i could, if you wanted
when you were crying i'd just put your head in my lap to comfort you
if i could, if you wanted
when you were in troubles i'd change everything to solve them to you
if i could, if you wanted
when you felt joyful i'd make a big festival to celebrate it
but i can not because you do not want
i am just a "fool on the hill" screaming for a mad dreams created by my sick mind.
arrancar você de mim
é estraçalhar a pele
arrancar você de mim
é destroçar a carne
arrancar você de mim
é estripar as entranhas
arrancar você de mim
é ficar cega, muda e surda
arrancar você de mim
é perder a alma
arrancar você de mim
é arrancar eu toda
arrancar você de mim
é arrancar eu toda
faz já um mês que você me disse aquelas cruéis palavras "eu encontrei alguém" e eu me pergunto, você sabia que ia me fazer chorar? sabia como estava sendo cruel?
eu te vejo agora, te imagino estudando teclado com ela, você, talvez mostrando a ela alguns sons, alguma coisa diferente que ela pode experimentar tocar... você a olha com doçura, muito amoroso, muito contente, ela te sorri, ela é bela, você não pode deixar de contemplá-la, apreciá-la, você está muito satisfeito por a ter a seu lado.
ah, que alívio!
james joyce também ficou fascinado pela imagem de uma pessoa que apenas viu passar, então começou a enviar-lhe cartas que, parece, apenas exasperavam a destinatária que não tinha nenhum interesse nele.
bom, pensando bem, em que isso alivia?
não, não alivia em nada a tristeza em se permanecer enredada,
vítima de meu equivocado e ávido olhar.
e encontrei
vivi um pouco dessa festa
mas vejo que não serei eu a fazer o brinde,
então me retiro
me retiro não sem um tremendo enjoo
sinto que inventei um céu
inventei um mundo e coloquei você nele,
mas este mundo
agora ameaça desabar sobre mim
me esmagando
mas já estou esmagada de qualquer forma
já estou deslisando para o abismo...
sem o possível que pensei ter encontrado
e que de fato é um possível
mas está numa outra vida que não posso alcançar
não posso tocar não posso viver...
então me retiro
como um câncer, ele me assassinou
estrangulou todo meu corpo
estraçalhou toda minha pele
wow... this is a great death!!
stop beating my heart
stop flowing my blood
i'm dead
night on the skin
moon brightness
he's in my dream
branco
tudo hoje está branco
eu estou branca
o dia está branco
a vida está branca
a alegria está branca
o coração está branco
quem eu queria está em branco
tudo está branco
branco
talvez você não tenha feito de propósito
não, acredito que não
você realmente não imagina,
você realmente não percebe
o quanto você me faz infeliz...
primeiro você era presente
você costumava me presentear
(tudo que vem de você é um presente para mim)
então, você agora se mantém longe
"disappeared into complete silence"
ou quase...
e me deixa tão sem esperança
mal, triste, desesperada,
insana, louca
olhando o nada...
vagando...
indo para o abismo...
"disappeared into complete silence"
ou quase...
e me deixa tão sem esperança
mal, triste, desesperada,
insana, louca
olhando o nada...
vagando...
indo para o abismo...
"give, oh, give me back my heart"
você não sente a presença de alguém com vc vinte e quatro horas por dia? você não percebe que estou pensando em vc o tempo todo o dia inteiro? eu sei que vc não se importa comigo, eu sei que não seria eu quem vc escolheria para estar com vc nas noites frias, eu sei que não seria eu que vc gostaria de passar o resto de seus dias. Mas vc pode sentir que não está só? vc pode sentir que alguém te acompanha do outro lado do mundo? que alguém te adora, que inventou um mundo inteiro para te envolver em carinho, para te manter aquecido e contente? mas talvez isso até te incomodasse, talvez vc se sentisse como um animalzinho aprisionado por algum maníaco, talvez eu seja um maníaco a só desejar vc a só esperar alguma pequena atenção sua, talvez seja um exagero que eu esteja sempre a te buscar pelas frestas das coisas, talvez eu tenha me tornado uma monomaníaca insistindo em te ouvir e ouvir cantar, sempre em busca da tua face da tua pele dos teus olhos da tua boca, talvez eu esteja enfeitiçada por um terrível ardor que me faz sonhar e sonhar com todo teu corpo, em que eu pudesse entrar nessa via sem volta de um contato com cada pedacinho de tua carne numa fusão total, talvez isso seja amedrontador até mesmo se vc gostasse de mim, assim deve ser totalmente detestável para vc que me vê apenas como meia dúzia de palavras sem interesse...
ele não dá mais nada a ela...
e ela que queria dar tudo a ele...
mas sabia que não podia forçá-lo a nada,
isso tem que ser espontâneo, impossível de outra maneira.
ah, mas sentia tanta falta dele!!
gostava tanto das coisas que ele lhe dizia...
das coisas que lhe enviava...
e pensar que ele não sentia por ela o que ela sentia por ele,
que não tinha a mesma simpatia (nenhuma, talvez)
então ela se entristecia mais e mais,
principalmente por saber que não havia nada
nada mesmo, que pudesse fazer com relação aquilo.
apenas chorar no vazio que ele havia deixado,
ainda que, vazio povoado das coisas que lhe tinha apresentado,
do mundo possível que ele era para ela,
mais triste ainda ficava,
após tanto extasiar-se com as perspectivas abertas por ele
tudo aquilo que tanto a havia comovido,
daquela esbanjadora alegria que a alucinara,
agora, só restava um sombrio desalento que a constrangia...
me fala, me conta de novo como a gente se conheceu, quero morrer ouvindo sua voz sussurrando nosso amor no meu ouvido, até o fim, até o momento que meu coração parar e eu não mais respirar, meus pulmões esvaziados do sopro da vida, ainda sentirão o amor que sinto por você, o amor que animou todas as minhas moléculas, que as manteve coesas e em movimento durante todo esse tempo em estivemos juntos, e ainda estará marcado mesmo depois da morte em algum lugar da eternidade, esse nosso amor, então continue, me conte quero ouvir você falar e falar daquele dia em que te vi, menino em meio aqueles outros, um ar sério e emburrado, e como você leu para mim aquele seu poema, que depois virou uma música e que você fez quando viu que eu te percebia como alguém diferente, o que te comoveu muito, e depois aquela noite do seu aniversário que ficamos juntos pela primeira vez e que tive tanto medo daquele menino, mais novo que eu, e mais corajoso que eu, que me levou numa viagem louca, e que eu fugi, mas fui capturada quando no meu quarto, alguém me chamou e disse que alguém, um menino queria falar comigo, eu ri, menino? não era um homem na realidade, e corri para te encontrar no portão, sorrimos e nos abraçamos e então foi o primeiro dia da minha vida. Me conta como fomos inventando um nós a partir de um e outro, como nos fundimos numa terceira coisa e tudo que fizemos depois como produção desse acoplamento nós. Fala, fala que já estou morrendo, não me deixa esquecer, fala...
ele não dá mais nada a ela...
e ela que queria dar tudo a ele...
mas sabia que não podia forçá-lo a nada,
isso tem que ser espontâneo, impossível de outra maneira.
ah, mas sentia tanta falta dele!!
gostava tanto das coisas que ele lhe dizia...
das coisas que lhe enviava...
e pensar que ele não sentia por ela o que ela sentia por ele,
que não tinha a mesma simpatia (nenhuma, talvez)
então ela se entristecia mais e mais,
principalmente por saber que não havia nada
nada mesmo, que pudesse fazer com relação aquilo.
apenas chorar no vazio que ele havia deixado,
ainda que, vazio povoado das coisas que lhe tinha apresentado,
do mundo possível que ele era para ela,
mais triste ainda ficava,
após tanto extasiar-se com as perspectivas abertas por ele
tudo aquilo que tanto a havia comovido,
daquela esbanjadora alegria que a alucinara,
agora, só restava um sombrio desalento que a constrangia...
me fala, me conta de novo como a gente se conheceu, quero morrer ouvindo sua voz sussurrando nosso amor no meu ouvido, até o fim, até o momento que meu coração parar e eu não mais respirar, meus pulmões esvaziados do sopro da vida, ainda sentirão o amor que sinto por você, o amor que animou todas as minhas moléculas, que as manteve coesas e em movimento durante todo esse tempo em estivemos juntos, e ainda estará marcado mesmo depois da morte em algum lugar da eternidade, esse nosso amor, então continue, me conte quero ouvir você falar e falar daquele dia em que te vi, menino em meio aqueles outros, um ar sério e emburrado, e como você leu para mim aquele seu poema, que depois virou uma música e que você fez quando viu que eu te percebia como alguém diferente, o que te comoveu muito, e depois aquela noite do seu aniversário que ficamos juntos pela primeira vez e que tive tanto medo daquele menino, mais novo que eu, e mais corajoso que eu, que me levou numa viagem louca, e que eu fugi, mas fui capturada quando no meu quarto, alguém me chamou e disse que alguém, um menino queria falar comigo, eu ri, menino? não era um homem na realidade, e corri para te encontrar no portão, sorrimos e nos abraçamos e então foi o primeiro dia da minha vida. Me conta como fomos inventando um nós a partir de um e outro, como nos fundimos numa terceira coisa e tudo que fizemos depois como produção desse acoplamento nós. Fala, fala que já estou morrendo, não me deixa esquecer, fala...
no entanto, isso nunca aconteceu, fui eu a sussurrar em seus ouvidos, talvez já incapazes de ouvir, frações de nossa história, as músicas que nos arrebatavam, os filmes que nos encantavam, as leituras que deleitamos juntos, frases e frases que foram ditas para você pela última vez...
